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Bruno Arguelho montando armadilha para invertebrados. Terra Indígena Kadiwéu. Foto: arquivo pessoal. |
Orientado pelo coordenador do Projeto Noleedi, o professor doutor Danilo Bandini Ribeiro, Arrua iniciou as coletas de materiais biológicos (aranhas) e de dados em oito viagens ocorridas entre junho de 2021 e fevereiro de 2022. Desde então foram iniciadas as triagens, identificação do material coletado, análise dos dados e redação científica do manuscrito que vai se tornar a tese de doutorado.
Fogo é benéfico para aracnídeos da ordem Solifugae
Paralelamente Bruno Arrua desenvolveu também uma pesquisa para verificar os efeitos do fogo sobre uma ordem chamada Solifugae, também de aracnídeos, que ocorre na Terra Indígena Kadiwéu. Esses organismos são conhecidos como aranhas do sol ou do deserto e pertencem a uma ordem diferente das aranhas. Para o Estado de Mato Grosso do Sul esse aracnídeo é pouco estudado. Na verdade esse foi um dos primeiros registros para o Estado de Mato Grosso do Sul, inclusive compreende uma nova espécie da ordem Solifugae que está sendo identificada por um especialista.
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Área de pesquisa após queima prescrita. Estudo verificou que o fogo é benéfico para aracnídeos da ordem Solifugae. Foto: arquivo pessoal Bruno Arguelho. |
“Então, esse caso dos solífugos aumentarem logo após a a ocorrência dos incêndios nós tentamos explicar que logo após o fogo há uma rebrota da vegetação muito rápida. A vegetação desse ecótono Cerrado-Pantanal é super adaptada ao fogo e logo após ela já se recupera rapidamente. E essa rebrota ela atrai insetos que são herbívoros. Esses insetos são predados pelos solífugos, que são excelentes predadores. Como todo aracnídeo eles se alimentam de insetos, de outros invertebrados”, conclui Arrua.
A tese de doutorado de Bruno Arguelho Arrua está prevista para ser concluída até setembro de 2023, quando então serão conhecidos os efeitos do fogo sobre as aranhas.
O “Projeto Noleedi – Efeito do fogo na biota do Pantanal sul-mato-grossense e sua interação com os diferentes regimes de inundação” é uma iniciativa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que pesquisou os efeitos do fogo no Cerrado e Pantanal. O projeto iniciou em janeiro de 2019 e foi executado na Terra Indígena Kadiwéu, que possui cerca de 540 mil hectares localizados no norte do município de Porto Murtinho, sudoeste de Mato Grosso do Sul.
Confira também:
Vídeo: Projeto Noleedi. Captura de aranhas como bioindicadores em áreas de estudo do fogo
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